O apagão da literatura brasileira

Paulo Venturelli*

Em seu estudo As musas sob assédio: literatura e indústria cultural no Brasil, a professora e crítica Walnice Nogueira Galvão começa afirmando:

Na tentativa de compreender o que se passa na literatura brasileira, cabe examiná-la na intersecção de diversas linhas de força.

A mais determinante parece ser a presença avassaladora do mercado, pesando sobre todas as artes. Em poucas décadas, finou-se a concepção preexistente de literatura, cedendo lugar a uma pluralidade de outras, às vezes discordantes. Observa-se, em todo caso, que ganhou predominância o valor de entretenimento, em detrimento do valor de conhecimento e de valor estético. Donde a técnica do impacto e a espetacularização da violência, aprendidas do jornal e do cinema de ação, da televisão e do videogame, entranhadas numa literatura agora típica da metrópole. Acresce o pendor ao rapidamente lido, ao digestivo: os romances encurtam, e os contos tendem ao minimalismo. Ao mesmo tempo, a poesia fica protegida justamente por não servir ao mercado.

Infelizmente, no meu entender, nem a poesia está mais “protegida” do império do mercado. A nova geração de poetas optou por uma poesia pós-concreta, reduzida a simples anotação sobre experiências do cotidiano, anotações estas que não vão além de um existencialismo aguado em torno do próprio umbigo.

Antes de adentrar este campo, pretendo dar um olhar retrospectivo, ainda que panorâmico, sobre nossa literatura no passado distante e no passado recente.

Pesando bem a atitude dos autores, não posso me furtar a dizer que nossa literatura começou nas trincheiras. Gregório de Matos, com sua linguagem ferina, não deixou escapar nenhuma instituição de sua crítica avassaladora que cutucava as verdades entronizadas do seu tempo, contava o milagre e desvestia os santos que se queriam impolutos. Antecipando Bakhtin, esse poeta percebeu que as seriedades implantadas naquela sociedade eram todas falsas, meramente opressoras, e se ocupou de desmontá-las, desvendando ao leitor os fios que faziam dele mero fantoche nas mãos dos grupos sugadores daquele século barroco na linguagem e mancomunado com interesses nunca explicitados. Gregório de Matos percebeu o jogo e usou a palavra para desmascará-lo, não por acaso é um poeta vivo nos dias de hoje e tudo tem a nos dizer.

Os poetas inconfidentes são outro exemplo de vozes na trincheira. Arriscando a vida ou perdendo-a, sendo massacrados pelo exílio, sendo acorrentados nas masmorras, eles nunca deixaram de conclamar por meio de sua poesia a liberdade deste país sob os tacões do “imperialismo” português.

Castro Alves usou a mesma estratégia, só que com foco diferente. Ele jogou seu ácido, ainda que eivado de romantismo, sobre o homem negro e a mulher negra, brutalizados, animalizados pela escravidão absurda. Castro Alves rompeu a torre de marfim e nos salões pomposos da época acendeu o fogo da necessidade de se lutar pela liberdade de negros e negras que o atraso ideológico rural e urbano fazia sangrar de todas as maneiras, explorando-os no trabalho e no sexo, quando a mulher negra (e não só) não passava de joguete “erótico” sob o corpo do senhor branco e de seus filhotes que iam estudar na Europa às custas do trabalho desta mulher e deste homem que sequer tinham o direito de manter sua família unida. Escravidão, aliás, que continua nos dias de hoje, como muito bem mostra Jessé Souza no seu livro A elite do atraso: da escravidão à Lava Jato. O sociólogo comprova com todas as letras como a burguesia se deixa levar pela elite endinheirada e por sua vez explora a senzala dos trabalhadores, independente de cor, mas em especial outra vez a negra e o negro. Esta mesma elite/burguesia que criou o complexo de vira-lata para o brasileiro se autodesprestigiar e assim ser passivo diante dos oligopólios nacionais que tudo vendem e os oligopólios internacionais que tudo compram. Se olharmos para o recente desmonte das leis trabalhistas e a entrega do pré-sal a preço de liquidação para empresas outras que não a Petrobras, isto fica mais do que evidente. E nenhum poeta/escritor está atento a tal desmonte.

Sousândrade é outro exemplo eficaz. Com seu Guesa errante, um andarilho que chega a Wall Street, ele não deixa de dar suas cutucadas no capitalismo. E não só. Percebendo as mudanças trazidas pela máquina e pelos novos meios de exploração, ele os incorporou à sua poesia como modalidade de linguagem que vai colorir seu texto de acentos até então impensáveis em nossa literatura, ao mesmo tempo em que de seus versos se ergue um mundo sombrio azeitando a roda da fortuna de um lado e, do outro, desvestindo os humilhados de sempre.

Monteiro Lobado, com seu nacionalismo, e Lima Barreto, com sua experiência pessoal de deserdado da sorte/do azar, não se curvaram à literatura como belas-letras e mero entretenimento diversionista. O primeiro foi à luta criando editoras e novas formas de distribuição de livros, acreditando na leitura como um modo de romper as correntes, além de tudo o que escreveu com sua visão afiada. O segundo atacou todas as vestais do Brasil, do beletrismo ao doutorismo ocos à política de jogos de interesse de coronéis de terra e de sobrados, aos conceitos científicos que ele levava ao pó, mostrando seu relativismo e seu subjetivismo que já nada deixavam de científico naquelas bazófias.

Nosso Modernismo de 22, ainda que tenha sido um tanto movimento de salão, rompeu as fronteiras paulistanas nas figuras de Mário e Oswald. Mário, com sua famosa viagem ao interior do Brasil, descobrindo traços de nossa brasilidade que vai desembocar em Macunaíma, romance que supera na forma e no conteúdo o velho realismo do século 19, de feição europeia, e Oswald, bebendo em Paris, a capital do mundo daqueles tempos, e com suas convicções de esquerda. Transformou a linguagem do romance e da poesia, dando novas inflexões aos gêneros e nenhum desses autores encontra eco no que se produz hoje no Brasil.

Mesmo de forma apressada e correndo o risco de esquematizar complexidades e de esquecer nomes importantes, chego à portentosa década de 50 do século passado. Década do Cinema Novo, da arquitetura de Niemeyer, do Teatro Oficina e Opinião, este sob o comando de Augusto Boal e seu Teatro do Oprimido, aquele sob a mente inquieta de Zé Celso, que anos depois traz Brecht para o Brasil com a montagem de O rei da vela, de Oswald, até então engavetada porque não se encontrava um prisma de método teatral adequado para levá-la ao palco, o que Brecht permite. Os anos 50 foram os anos da literatura de Guimarães Rosa e de Ariano Suassuna. Rosa dando voz ao caboclo mineiro, Suassuna olhando para a cultura popular nordestina e incorporando-a no projeto armorial. São os anos dos CPCs da UNE, Centros de Cultura que levavam teatro crítico às portas de fábricas, favelas e praças públicas para instigar a discussão sobre as realidades brasileiras. Tempo dos cursos de filosofia política da USP, no horário noturno a permitir que trabalhadores e estudantes em geral os frequentassem, cursos que enchiam salas a ponto de haver gente pendurada nas janelas. Tempo de sindicados fortes e união dos trabalhadores. Tempo de publicação dos Cadernos populares, da Civilização Brasileira, livretos que abordavam temas candentes, desde a reforma agrária até o socialismo, levando informação e debate em linguagem acessível ao leitor comum, procurando criar estofo para as lutas sociais que eram travadas pelo país afora, enfim, uma época em que o Brasil começava a caminhar com as próprias pernas e a efetivar realmente sua independência. Toda esta produção se espraiou para os anos 60, quando a direita nacional e internacional percebeu o que estava acontecendo e deu o golpe militar de 64, que instalou a Idade Média entre nós e criou um liberalismo de fachada, uma modernização conservadora da qual não nos recuperamos ainda nos dias de hoje.

Mesmo assim, sob a opressão militar, a trincheira continuou acesa e atuante. É só lembrar que toda a cultura dos anos 60/70, encharcada pelas preocupações e objetivos dos anos anteriores e pela necessidade de resistir aos desmandos militares, teve claros objetivos sociais e políticos, ou seja, visava à emancipação nacional. Poderia destacar muitos autores, mas quero chamar atenção para Antônio Callado, que, com seus Bar Don Juan, Reflexos do baile e o insuperável Quarup, mostrou estar entrincheirado e produzindo contra o que as forças armadas impunham à sociedade em geral e à cultura em particular via censura. Devo também destacar a poesia engajada de Drummond e de João Cabral, que, com versos de fogaréu, disseram não à longa noite que vai durar até 1985.

Enfim, de tudo isto, o que ficou para a atualidade, tempos também de desmandos, golpes, prisões que se mostram legais, mas não morais (ou será que esquecemos que as leis são moduladas por interesses econômicos e políticos e não por elfos que vivem na estratosfera da neutralidade?), militares usando a voz do poder para ameaçar e pressionar a sociedade, uma justiça política e, de um modo geral, uma democracia liberal de fachada, quando o que atua mesmo é o que Vladimir Safatle chama de “partido da polícia”?

Voltando à professora Walnice Nogueira Galvão, citada no início, faço minhas as suas palavras no mesmo estudo:

O advento da era eletrônica assestou um golpe no livro e na leitura, em prejuízo dos quais se instalaram novos protocolos de frequentação do imaginário, de que o cinema e a televisão mal davam uma pálida ideia. Os meios audiovisuais, variados e em incessante reinvenção a partir do computador e da internet, afugentaram legiões de potenciais leitores de livros, em especial os iniciantes. Pode ser que o hábito de leitura persista em outros suportes, por exemplo, na tela do computador, ou em texto impresso artesanalmente a partir dela, ou em revistas e boletins eletrônicos circulando pela internet. Para a literatura, entre os efeitos da expansão do uso do computador não é o menor a rapidez que permite aos autores lançar um livro por ano. É verdade que para tal fecundidade é necessário seguir fórmulas, de modo que fica tudo parecido com ficção merecedora do formato pocket book.

E, continuando com o raciocínio da professora:

Os resultados da transformação cabal da literatura em indústria cultural se constatam no temor à experimentação formal, na mediania do discurso, no recuo da preocupação estética. Jamais se esperaria a predominância em literatura de uma tal heresia conteudística. Pelo contrário, era de pensar que as vanguardas tinham liquidado o discurso realista-naturalista e que, na crítica, os formalismos, incluindo-se aí o estruturalismo, tinham decretado a supremacia da forma.

Creio que nem tanto ao céu, nem tanto à terra. Não vejo com bons olhos esta tal supremacia da forma, uma vez que forma e conteúdo, num bom escritor, não se separam, dado que toda forma é forma de um conteúdo.

Todavia, para contrapor algo mais alvissareiro a certa dose de pessimismo acima, gostaria de citar um autor que se notabilizou no século passado e nos anos recentes como criador e crítico. Umberto Eco, num dos ensaios reunidos em Sobre a literatura, afirma o seguinte:

O Paraíso dantesco é a apoteose do virtual, dos imateriais, do puro software, sem o peso do hardware terrestre e infernal, cuja borra permanece do Purgatório. O Paraíso é mais que moderno, pode tornar-se, para o leitor que tiver esquecido a história, tremendamente futurível. É o triunfo de uma energia pura, aquilo que a teia da web nos promete e nunca saberá nos dar, é uma exaltação de fluxos, de corpos sem órgãos, um poema feito de novae e estrelas anãs, um Big Bang ininterrupto, um conto cujos sucessos correm ao longo de anos-luz e, se querem mesmo recorrer a exemplos familiares, uma triunfal odisseia no espaço, de ledíssimo final. Se assim desejarem, leiam o Paraíso assim também, mal não lhes fará e será melhor do que discotecas estroboscópicas e ecstasy. Pois, quanto a êxtases, o canto terceiro mantém as promessas que faz.

Não que eu esteja a exigir que o escritor brasileiro tenha o porte de Dante. Mas qual, entre nós, pode ser lido ao menos em parte dentro dos trilhos apontados por Eco? Agora, quantos se encaixam nos parâmetros da professora Walnice? Infelizmente, uma boa maioria. Porque este é o primeiro problema a enfrentar: quase a totalidade de nossos autores esquece a literatura (arte) e debanda para o lado do mercado, diluindo a questão estética, fazendo um texto facilitado para nenhum leitor encontrar qualquer tipo de entrave, de exigência. Não por acaso nunca houve tanta gente “vivendo de literatura”, ou seja, cumprindo as determinações das editoras, sem esquecer que editora é empresa e empresa busca o lucro. Noutras palavras, seguem aquelas fórmulas explicitadas pela professora, fazem algo muito próximo do jornalismo. A trincheira foi deixada de lado. Ninguém pode negar que A divina comédia é um livro eminentemente político. É só verificar quem o poeta jogou na tenebrosidade do inferno. Por aqui, não há mais preocupação político-social. Quem está traduzindo em romance, novela, conto as turbulências do Brasil atual? Quem está de olho no trabalhador, no pobre, nas periferias?

Antes de prosseguir, quero lançar mão do que escreveu Stephen Vizinczey. Embora conservador, não deixa de ter razão ao refletir sobre a literatura de Gogol:

Um grande escritor é como um grande cientista: através de sua obra alguma coisa vital que antes era ignorada torna-se conhecida (…). A Nicolai Gogol devemos nossa consciência das lacunas cósmicas da incompetência humana. Em toda a literatura mundial, nenhum escritor foi tão longe quanto Gogol na exploração das profundezas de nossa inépcia, no emaranhado da humanidade, no pathos do esforço mal dirigido.

Que escritor, entre nós, torna conhecida alguma coisa vital? Quem está acrescentando algo ao romance, como julga que é obrigação do autor o Nobel V.S Naipaul em seu Ler e escrever?

Para não ser injusto, é bom fazer umas ressalvas: Geovani Martins, com seu recente O sol na cabeça, apesar de jovem e ser este seu livro de estreia, mostra-se promissor: foca o mundo da favela com seu caos de violência, inova no conto e na temática que Alfredo Bosi rotulou de “realismo brutalista” e não deixa de ser lírico ao lado da profunda visão social: dar voz a esta imensa população esmagada sob os mais engendrados esquemas, dos traficantes à polícia. Geovani Martins traz este cenário para suas páginas e tem muita criatividade ao fazê-lo, mostrando-se um escritor completo e recriando a trincheira em novos termos. Quem mais explora as profundezas de nossa inépcia, o pathos de ser brasileiro nesta sociedade conflagrada?

Leio em muitos livros os tais triângulos amorosos, muito próximos do que apresentam as telenovelas. Triângulos amorosos de feição burguesa, numa espécie de autoterapia para compensar frustrações sexuais, não por acaso o sexo de natureza fisiológica perpassa estas páginas de cabo a rabo. A que leva isto, quando a internet está aí a oferecer uma galeria de sexualidades para satisfazer todas as taras, todos os desejos, todas as paranoias?

Outra ressalva está na obra de Conceição Evaristo e Nei Lopes. Continuamente eles abordam a questão do negro em diversos quadrantes, num claro combate a uma de nossas chagas mais gangrenadas: o racismo.

Bernardo Carvalho, João Gilberto Noll, Marcelino Freire investigam a vivência homossexual. Ainda que eu não possa afirmar que seja um comportamento programático em seu trabalho com uma temática fluida como é a noção de gênero, creio que é um modo de se posicionar na trincheira, dando voz a esta parcela da população que sofre preconceitos opressivos de toda ordem.

Até aqui me mantive num plano, digo eu, concreto: sociedade, ideologia, política, abordagens de problemas sociais. E onde fica a utopia? Ah, a utopia! Ouço lá no fundo alguém gritar: as utopias acabaram. Com certeza acabaram nos escritórios de grandes empresas, nos bancos, nas agências de financiamento etc. Entretanto, humanidade sem utopia é humanidade bovinizada sob a canga de um cotidiano estéril e sombrio, massacrante e tedioso, repetitivo e jungido ao beco-sem-saída em que o trabalho é tarefa enfadonha, cansativa, mero exercício condicionado apenas para conseguir o salário que mal garante a subsistência. O olhar utópico projeta a vida além deste horizonte mesquinho. A escrita embalada pela utopia garante a corações e mentes que lutar por um outro amanhã é condição essencial para manter a chama da resistência, o sangue a ferver nas veias. E não diviso nenhum escritor atual com este tipo de dicção, com a visão muito bem delineada por Eduardo Galeano:

Ela está no horizonte – diz Fernando Berri. Aproximo-me dois passos. Caminho dez passos e o horizonte fica dez passos mais longe. Por muito que eu caminhe, nunca a alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isto: para caminhar.

Lembro que a mulher ser considerada um ser humano, poder votar já foi utopia. O negro livre? Utopia. Mas, de uma forma ou de outra, pior aqui, melhor ali, estas questões estão materializadas na ordem do dia. Nossos escritores esqueceram esta face da História. Por quê? Enquanto o escritor americano produz com um olho em Hollywood, nós temos os olhos na Globo, torcendo para que nossas criações se transformem em séries especiais e possamos embolsar pequena fortuna. Para firmar certa oposição a tudo isto, lembro que em 1988, Hilário Franco Júnior reuniu vários textos sob o título de Cocanha: várias faces de uma utopia.

Algumas pinceladas sobre nosso quintal, Curitiba: Dalton Trevisan, a seu modo, entrincheirou-se não apenas fisicamente, como na ideologia e estética que consubstanciam seus contos. Neles, ele esmiúça as mazelas da cidade e desmistifica a visão oficial imposta: um dos melhores lugares do mundo para se viver. Seus malandros, suas empregadinhas, seus vigaristas, seus crentes, seus veados têm entrada neste que é um dos melhores lugares do mundo? Snege brincou com a língua padrão e o mesmo fez Wilson Bueno com o portunhol de Mar Paraguayo. E na nova geração vale destacar dois nomes: Luiz Felipe Leprevost e Cezar Tridapalli. Ambos inquietos, ambos com um trabalho estético de alto esmero, ambos acrescentando uma roupagem inovadora no que produzem e escolhendo temas polêmicos que levam o leitor a se reposicionar frente à Curitiba.

Coloco como guia para todos nós as palavras de Picasso:

Só um sentido de invenção e uma necessidade intensa de criar levam o homem a revoltar-se, a descobrir e a descobrir-se com lucidez.

Sabemos que o mundo é um palco repleto de falsas representações e grandes jogadas de poderosos golpistas. Se não for para desvendar estes bastidores e fazer o leitor espernear, levantar o punho contra as tiranias, para que escrever?

 

*Paulo Venturelli é escritor e professor da UFPR. Graduado em Letras, mestre e doutor em Literatura. Seus livros vão da poesia ao conto, do romance à prosa poética, cultivando públicos de diferentes faixas etárias. Em 2013, foi premiado no Jabuti com o livro infantil Visita à Baleia (Ed. Positivo) . Entre as obras para adultos destacam-se Madrugada de Farpas (Arte&Letra, 2015) e Bilhetes para Wallace (Kotter, 2017).

 

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